Contrariamente à canção da Elis Regina “Eu quero uma casa no campo” pela experiência ontem vivida, com menos vontade fiquei de ter uma casa no campo, porque apesar do bucolismo que a sua localização transmite, está também mais sujeita a perigos, nomeadamente ao dos incêndios. Que o digam os meus amigos Altino e Tó Manel que ontem, viveram um dos dias mais difíceis das suas vidas, precisamente porque têm as suas casas, construídas em zona de pinhal.
Acabado de chegar a Chaves para o início das minhas férias, deparo-me com um incêndio para os lados da minha aldeia. Após uma breve paragem na nossa casa e com a intenção do ritual cumprimento à família, seguimos pela estrada de Outeiro Seco, agora conhecida por avenida do Tâmega, eis quando no lugar da Ribalta somos confrontado com uma barrage ao trânsito, feito pela GNR , por causa do incêndio que se aproximava a toda a força da quinta da Ribalta, precisamente a dos nossos amigos o Altino e o Tó Manel. Contra a indicação da GNR, forço a entrada na Urbanização S. Bernardino conseguindo a entrar na quinta, onde o Tó Manel com a ajuda de dois populares da urbanização vizinha, vivia momentos de aflição.
Contrariando as ordens de dois agentes da GNR no local, os quais recebiam ordens dos comandos para nos obrigar a fugir, dizendo que as nossas vidas eram mais importantes do que as casas, resistimos e conservamos as vidas e as casas. Durante o incêndio que já tinha posto outras casas em perigo, jamais apareceu um equipamento de combate aéreo aos incêndios, ficando bem vincado os custos da interioridade.
Quem apareceu foi a televisão e por coincidência, em momentos diferentes, entrevistou a Celeste e a mim, de modo que ontem sem querer, tivemos o nosso momento de glória televisivo, ainda que por motivos pouco agradáveis. Mas felizmente tudo acabou em bem, os danos patrimoniais foram só de mato e floresta, mas as casas ficaram incólumes.