Outeiro Secano em Lisboa

Junho 12 2018

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Os sportinguistas vivem presentemente os piores dias da sua longa história de 112 anos. Precisamente, numa época desportiva em que o clube até ganhou nas diversas modalidades que pratica, o maior número de títulos desportivos, tanto nacionais como europeus.

Com exceção do futebol em que dos quatro títulos em disputa, ganhou apenas a Taça da Liga, perdendo a final da Taça de Portugal de forma inglória, naquele jogo atípico no Jamor, após os incidentes ocorridos nessa semana em Alcochete, que, estão na origem desta tragédia.

Como é possível que o atual Conselho Diretivo ou o seu presidente, não tomem consciência do mal que estão a fazer ao clube, o qual corre o risco de um retrocesso de muitos anos, porquanto, vai ficar depauperado daquilo que é o seu ativo principal ou seja a sua equipa de futebol.

Claro que podemos equacionar se é justo que, um ato praticado por umas dezenas de tresloucados, possa prejudicar milhões de adeptos sportinguistas que, vivem com toda esta situação momentos de tristeza e angústia, mas é ao presidente como representante de todo o universo sportinguista que lhe cabia nos superiores interesses do clube resolver a situação.

Infelizmente e ao que parece, está mais interessado em acautelar os seus interesses preferindo ver o clube afundar-se, fazendo ele o papel da orquestra do Titanic, isto é dando-nos música como tem acontecido nas diversas conferências de empresa que tem dado.

Não posso deixar de exprimir também um sentimento de desapontamento e tristeza pela atitude dos jogadores, nomeadamente daqueles que são produto da formação do Sporting. Ainda que lhes reconheça alguma razão face aos graves acontecimentos e à forma como todo o processo foi gerido pelo nosso presidente, eles sabem que esta sua atitude, prejudica não só do clube, os adeptos que, os apoiaram ao longo de vários anos, mas também, os muitos jovens que estão ainda em formação, e que os tinham a si como referências.  

Na minha condição de sócio há quase quarenta anos não deixo de apelar à demissão do Conselho Diretivo, para urgentemente se encontrar uma solução clarificadora para o clube, assim como ao espírito de unidade e resiliência de todos os sportinguistas, porque o clube atravessa a memória de várias gerações e na minha vai já na quarta.   

 

 

publicado por Nuno Santos às 09:03

Maio 20 2018

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Apesar de ter mais anos de residência em Lisboa, que na minha terra natal (Chaves), ontem durante um evento patrocinado pela Casa do Professor de Loures, da qual a Celeste é associada, fiquei a conhecer melhor uma parte desta cidade, durante muitos anos esquecida e ostracizada, estando agora na moda, tal como toda a cidade.

O passeio foi pelos Bairros da Mouraria e Alfama, culminado numa visita ao Museu do Fado, e jantar num restaurante onde também se canta o fado.

Sou um partidário das férias em grupo, mais do que das autoférias em família, a não ser que estas sejam por períodos curtos, ou na praia. Tenho por experiência que, para conhecer melhor uma cidade e a sua história, nada melhor que sermos acompanhados por um guia especializado. Esse era um serviço que gostaria que a Câmara de Chaves desenvolvesse, pois Chaves é uma cidade com uma história riquissima.

Pensava eu que conhecia bem os lugares que íamos visitar, mas a título de curiosidade o passeio iniciou-se com a visita a edifício quinhentista, junto à capela da Senhora da Saúde no Martim Moniz, onde durante anos, eu pratiquei ginástica nas instalações do Inatel, as quais funcionam ainda no quarto andar deste edifício.Mas a pressa como subia as escadas quando ia ao ginásio, nunca me apercera da beleza dos painéis de azulejos que, decoram as suas paredes, nem o seu sentido alegórico.

Ontem porque íamos acompanhados por uma professora universitária, especializada em estudos olisiponenses, eu pude desfrutar da beleza escondida para quem ali passam, e se limita a observar a porta de entrada, de facto deveras interessante.

É sabido da grande rivalidade existente entre a Mouraria e a Alfama, ainda que nem todos a conheçam as suas delimitações e pior ainda, após a alteração à lei das freguesias que reduziu Lisboa das 53 freguesias para 24, os dois bairros passaram a integrar a mesma freguesia, a de Santa Maria Maior.

Agora quem visita estes bairros fica com sentimentos contraditórios, se é verdade que já não se veem tantas senhoras idosas às janelas, nem roupas a secar nos estendais, também é verdade que estes bairros estão convertidos em estaleiros de obras, alterando o estado das casas outroras deixadas ao abandono pelos seus senhorios, evocando o baixo rendimento das suas rendas.

E se dantes apenas se viam nas ruas os seus residentes agora são os turistas que animam os bairros. Porém há uma coisa que não alterou. Os poucos naturais que ainda ali residem não deixam morrer as tradições e como o Santo António se aproxima, em todos os largos e praças se estavam já a montar os palcos e balcões para a festa que promete ser farta, haja sardinha para vender.

publicado por Nuno Santos às 10:08

Maio 17 2018

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Esta semana tenho vivido na qualidade de adepto, um dos momentos mais tristes da minha vida, por causa das situações vividas no Sporting. Depois dos tristes acontecimentos de ontem em Alcochete, hoje agravou-se com as denúncias de alegadas corrupções a agentes desportivos, uma coisa impensável num clube centenário cujos valores, Esforço, Devoção, Dedicação e Glória foram sempre o nosso lema.

 Bem sei que o mundo está em mutação e os valores e a ética vão se perdendo, graças ao fenómeno em crescendo do chamado populismo, o qual permite que pessoas sem grandes valores éticos e morais cheguem ao poder, tanto na política como nas organizações desportivas.

Durante mais de um século da sua existência, o Sporting foi presidido por dirigentes de elevada estatura cívica, a maioria deles com grandes responsabilidades na vida empresarial, social e política do país, que o distinguia dos outros clubes, sendo por isso conhecido como o clube das elites, embora abrangente a todas as classes, mantendo-se fiel aos valores com os quais foi criado.

Infelizmente nos últimos tempos os valores do desporto foram subvertidos, e quando antes se dizia glória aos vencedores, honra aos vencidos, agora o que interessa é ganhar, independente dos meios que se utilizem.

Durante anos as direções do Sporting foram resistindo a essa mudança, sem contudo abdicar da luta pelas vitórias. Ganhávamos títulos nas modalidades, formávamos atletas de craveira mundial como Figo e Cristiano Ronaldo, eramos o clube que mais jogadores fornecia às seleções nacionais, só que nos faltavam os títulos de futebol, porque para isso não bastava jogar apenas no campo.

Por causa disso, a frustração de muitos sportinguistas cedeu ao populismo de Bruno de Carvalho, pensando que consigo seria possível obter os títulos, afrontando o sistema. O resultado da mudança desse paradigma está à vista. Agora o nosso clube corre sérios riscos, ao ponto do pequeno avanço que tivemos, senão conseguirmos emendar rapidamente o rumo, corremos o risco de darmos muitos passos atrás.  

Mas apesar das vicissitudes vividas durante a semana, no domingo lá estaremos no Jamor a assistir à final da Taça de Portugal, esperançados que a mesma seja ganha pelo Sporting, dentro das mais elementares regras desportivas.

 

publicado por Nuno Santos às 00:31

Abril 14 2018

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Chama-se Matteo Colombo e tal como o outro Colombo também este veio de Itália, não de Genova mas de Milão. E se Cristóvão Colombo veio para descobrir coisas novas, este Colombo veio para reconstruir o Solar dos Montalvões, recuperando-lhe a dignidade que teve desde a sua construção no século XVIII, até quase finais do século XX.

Após a venda deste solar pela família Montalvão à Câmara Municipal de Chaves, assistimos impávidos e serenos à sua degradação, enquanto que íamos ouvindo e lendo notícias sobre a sua reconstrução e uma nova funcionalidade.

A primeira promessa foi a sua funcionalidade como polo da UTAD - Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, um nome que é uma falácia, porquanto, esta universidade serve apenas Vila Real e os vila-realenses, por isso, deveriam mudar o seu nome.

A segunda foi como sede da Confraria do Pastel de Chaves, um projeto que não saiu do papel como tantos outros, nem sei se nasceu em época de campanha eleitoral.

Finalmente as máquinas retro escavadoras já trabalham nos terrenos anexos ao solar e segundo informação do novo proprietário, Matteo Colombo, em breve o velho solar irá dar lugar a uma nova unidade hoteleira, a qual trará maior desenvolvimento não só à nossa freguesia, mas a toda a região de turismo do AltoTâmega.

Apesar de ter trocado uma breve conversa com o novo proprietário, não conheço em pormenor este projecto hoteleiro, mas ao que parece, será preservada a sua arquitetura assim como a capela do solar.

Como outeiro secano é para mim uma grande satisfação saber da recuperação de um ex-libris da nossa aldeia, o qual vem juntar-se a outras joias do nosso património cultural, como; os lagares romanos, a igreja românica da Senhora da Azinheira o castro de Sant'ana os frescos da Sra Rosário e tantos outros.

Resta-me agradecer a Matteo Colombo ter escolhido Outeiro Seco para investir e desejar-lhe o maior sucesso neste seu projeto.

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 23:28

Abril 01 2018

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                                                                                     Foto Movenotícias

 

Para os sofredores do Sporting como eu, esta foi uma mais uma noite aziada, por causa da derrota de ontem em Braga. E não adiantam as desculpas do treinador e sobretudo do presidente, porque as desculpas, não se pedem evitam-se, porque tivesse a equipa do Sporting feito o seu trabalho, isto é, marcados mais golos do que o Braga, hoje estariam todo os sportinguistas mais felizes, comendo o folar da Páscoa com outra disposição.

Infelizmente o jogo de ontem foi igual a tantos outros ao longo do campeonato. Vimos um Sporting que “abafou” o Braga na primeira meia hora, mas não conseguiu marcar nenhum golo. Ora é com os golos que se ganham os jogos e o Sporting marca muito poucos, em comparação com os principais rivais. Até à 28 jornada o Sporting marcou apenas 53 golos contra 73 do Benfica, 70 do Porto que tem menos um jogo e 63 do Braga, ora se o ranquing se fizesse por golos marcados, o Sporting estaria apenas no quarto lugar.

É tempo do Sporting arranjar uma nova estratégia, abandonando a política atual de contra tudo e contra todos. O Porto utilizou-a há umas décadas atrás, mas com resultados desportivos, porque dominava o sistema do futebol, tal como agora o Benfica, conforme se constata nos emails que são públicos.

O Sporting continua isolado na sua luta contra a verdade desportiva, mas com uma postura muito truculenta do seu presidente, disparando contra tudo e contra todos, sejam inimigos internos ou externos.

Confesso que eu não votei em Bruno de Carvalho, na sua primeira eleição. Votei nele na segunda eleição porque não tinha uma oposição forte, mas não fui à assembleia reforçar os seus poderes. Contudo, reconheço a importância de algumas das suas medidas.

Desde logo a reestruturação bancária apesar de já vir concertada de trás, embora concluída no seu mandato. Depois porque despertou o clube da letargia em que se encontrava, aumentando as assistências e a mobilização dos sócios, construindo o Pavilhão, uma promessa de todos os candidatos.

Só que os anti corpos por si gerados, deixam o clube muito desprotegido, tornando-se num alvo a abater por todos. Ainda vamos tendo algumas alegrias nas modalidades, à custa de um investimento enorme, a ver vamos se o retorno não nos vai causar problemas futuros.

Por tudo isto, eu acho que tanto o presidente como o treinador deveriam refletir sobre o seu futuro no Sporting, sobretudo se  ainda são uma solução ou um problema. O treinador já disse que tem mais um ano de contrato, mas não posso permitir que quando o Sporting ganha, chama para si os louros, quando o Sporting perde a culpa é da equipa, ou de um jogador em particular como foi o caso de ontem de Puccini. Além de que gostaria que explicasse a razão para a substituição do recém entrado Ruben Ribeiro pelo Wendel aos 90 minutos.  

Apesar deste desabafo, porque sou feito de Sporting, uma Boa Páscoa para todos os desportistas em geral.

publicado por Nuno Santos às 10:47

Março 30 2018

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Confesso que tenho andado afastado das atividades da Casa da Cultura, mas como utilizador das redes sociais, também não tenho visto grande divulgação dessas mesmas atividades. Porém hoje tive a curiosidade de ir consultar a sua página na web, e foi com agrado que li o anúncio da realização de 27ª Corrida da Páscoa.

Escusado será dizer quanto esta atividade me toca, porquanto, estive ligado à sua realização, durante quase vinte anos, mas a vida é assim é feita de encontros e desencontros, e nos últimos anos por razões várias, tenho estado afastado desse e de outros eventos da Casa da Cultura.

A razão deve-se exclusivamente ao facto do nosso projeto de vida, passar cada vez mais pelo afastamento da aldeia, ainda que ultimamente estejamos obrigados a ir aí mais vezes, com o estatuto de tratadores. Só que essa condição retira-nos tempo para atividades sociais, inclusivamente a visita aos amigos.

Essa situação de tratador está a ser em regime de alternância, razão por que não estamos aí agora a passar a quadra festiva que, tanto apreciamos.

Mas voltando à Corrida da Páscoa, espero que obtenha um grande sucesso, apesar das previsões meteorológicas não serem as mais favoráveis. A esse propósito recordo-me que uma das corridas com maior sucesso, tanto em número de participantes como da qualidade dos mesmos, foi também sob um dia de temporal. Nesse ano tivemos a competir a Albertina Dias do Boavista, que, se sagrara pouco tempo anos antes campeã do mundo de corta mato.

A todos os outeiros secanos espalhados pela diáspora uma Páscoa Feliz.

publicado por Nuno Santos às 11:02

Março 29 2018

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Parafraseando o Diácono Remédios “não havia nexexidade” deste ambiente tão hostil, no discurso dos dirigentes desportivos. Curiosamente, o criador da figura do Diácono Remédios foi o humorista José de Pina, o qual ficou imortalizado no programa Herman Enciclopédia. Acontece que o próprio José de Pina é agora comentarista num desses programas da bola, o Prolongamento, o qual passa na TVI 24 às segundas-feiras, em defesa do seu clube o Sporting.

Em minha opinião este ambiente ficou ainda mais inquinado, quando os principais clubes passaram a ter centrais de comunicação liderados por jornalistas, a maioria deles vindos da área política, secundados depois por comentaristas televisivos e outros nas redes sociais, os quais recebem um guião, passando por isso a ser designados por cartilheiros.

É o caso dos comentadores do Benfica os quais, defendem esse guião até à exaustão, como se uma mentira repetida muitas vezes passasse a ser verdade.

Ora, se já antes o ex-político Jorge Coelho disse, “quem se mete com o PS leva”, o atual presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, defende essa mesma matriz, quem se mete com o Sporting leva. E se os outros presidentes dos outros clubes, regra geral mandam os seus colaboradores dizer, Bruno de Carvalho embora em boa verdade, quase sempre de forma reativa, não se escusa de vir ele próprio defender o seu clube, usando por vezes uma forma algo virulenta, com a qual nem sempre me identifico, e muito diferente do que estávamos habituados com os presidentes que o antecederam.

Só que nessa altura o Sporting certinho e direitinho era acusado de calimero, os seus rivais diziam que o Sporting passava a vida a queixar-se de tudo e todos. Em contrapartida os seus principais rivais, foi fartar vilanagem e agora até organizam gabinetes de crise para se defenderem das agressões, apesar de serem eles os prevaricadores, estando por isso a ser investigados.

Mas continuo a pensar que tudo isto é despropositado e sem sentido, o desporto deve-se praticar exclusivamente nos recintos desportivos. Muita dessa rivalidade é virtual pois passa-se entre colegas de trabalho e até meios familiares como é o meu caso em que tenho dois irmãos benfiquistas. Este ano até foi criada uma ferramenta que apesar de ainda manter algumas limitações, pode ajudar a repor a verdade desportiva, como é o caso do VAR o vídeo árbitro.

 Agora não faz nenhum sentido que, em vésperas de confrontos desportivos sejam criados casos como aconteceu recentemente com o Braga-Sporting ou o discurso do presidente do Benfica nos Açores.

E se em Braga esperamos que os bracarenses estejam mais concentrados nas celebrações da semana santa, diz-se no entanto que quem semeia ventos colhe tempestades, e como se sabe, é dos Açores que costumam vir as depressões atmosféricas que, afetam o clima no continente, e sem dúvida que as declarações vindas dos Açores, trouxeram uma grande depressão para o continente, que ameaça até chegar à UEFA.

    

  

publicado por Nuno Santos às 09:08

Fevereiro 18 2018

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22-09-1913 - 17-02-2018

 

Faleceu ontem a tia Bia (Maria da Costa) a última das nossas centenárias (cento e cinco anos) uma das referências da nossa terra, pelo seu exemplo de vida.

 Depois de uma precoce viuvez a tia Bia criou e educou sozinha cinco filhos, os quais são um exemplo de cidadania. Foi uma das maiores embaixadoras da nossa aldeia na cidade, distribuindo durante décadas o nosso leite de porta à porta, contribuindo desse modo para a economia doméstica de muitas famílias outeirosecanas.

Em devido tempo foi possível prestar-lhe um singelo tributo, registado em livro conjunto com outra centenária também recentemente falecida, a tia Amélia.

A semana passada ainda tive o privilégio de a visitar no Hospital de Chaves, mas devido a circunstâncias da vida, tive de regressar a Lisboa, não podendo por isso acompanhá-la à sua última morada, o qual ocorrerá amanhã, a hora ainda a designar.

A toda a família enlutada aqui ficam os meus sentidos pêsames, esperando que toda a comunidade se associe prestando à Tia Bia a última homenagem mais que merecida.

publicado por Nuno Santos às 15:05

Janeiro 28 2018

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foto do Record

Ontem cumpriu-se a máxima de que, não há duas sem três e depois de duas finais perdidas nos penaltis, à terceira foi de vez, caindo a sorte para o lado do Sporting, vencendo assim a Taça da Liga. Claro que não deixarão de surgir os comentários, de que o Sporting foi um vencedor injusto, porque as incidências do jogo indicam de que deveria ser o Vitória de Setúbal o vencedor, ainda que se esqueçam de que, face às mesmas incidências do jogo, os finalistas deveriam ser outros, pois na meia-final, a Oliveirense pelo que jogou e pelas oportunidades criadas, também merecia ter eliminado o Vitória de Setúbal.

Mas voltando ao jogo de ontem, claro que como sportinguista fiquei satisfeito com a vitória, tanto mais que colocou o Sporting na galeria dos vencedores, isto é; ganhando tudo o que há para ganhar em Portugal, igualando assim o seu grande rival o Benfica, tendo ambos ganho: Campeonato Nacional, Taça de Portugal, Supertaça, e Taça da Liga.

O Porto, ainda que tenha obtido já outras vitórias internacionais, ainda não ganhou a Taça da Liga. É verdade que houve anos, em que o Porto tal como o Sporting desvalorizaram este trofeu, porém, não foi o caso desta época, tendo apostado todas as fichas, recorrendo os dois clubes aos seus melhores plantéis. O Sporting na primeira fase da prova, nomeadamente no jogo com o Marítimo e o União da Madeira, ainda apresentou uma equipa alternativa.

Mas ontem tendo jogado com a sua melhor equipa disponível, o Sporting apresentou várias lacunas e a falta de Gelson Martins torna a equipa sem dinâmica.

Ora se quisermos ser campeões, o Sporting necessita urgentemente de ir ao mercado, e trazer alguém que possa substituir o Gelson nas suas ausências, uma vez que deixou sair Iuri Medeiros, porque Ruben Ribeiro não é um extremo como se tem visto e Bryan Ruiz já não tem a dinâmica de outrora, tanto mais que esteve afastado da equipa durante muito tempo.

Agora é tempo de comemorar mas também de reflexão sobre o que fazer para melhorar a equipa, pois o universo sportinguista está sedento de vitórias, nomeadamente do campeonato e da taça.  

publicado por Nuno Santos às 11:19

Janeiro 26 2018

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foto da internet

 

Se ainda fosse viva a minha tia Ester, faria hoje oitenta e sete anos, e juntaria a família residente na aldeia para comemorar mais um aniversário, assim como receberia as felicitações dos outros familiares não residentes. Mas de uma coisa eu tenho de certeza, ela não deixaria de evocar, o dia em que celebrou os seus sete anos.

Não porque tivesse uma festa de aniversário sumptuoso, ou recebido um presente extraordinário, mas por causa do acontecimento insólito ocorrido nesse dia, o qual ficou gravado para sempre, na sua memória.

Decorria o ano de 1938 e o dia estava muito frio, como é habitual nesta época do ano, pois lá diz o ditado” janeiro geadeiro”. Como o sino ainda não tinha tocado às santíssimas trindades, em sinal de recolher obrigatório para a pequenada, a Ester brincava ainda na rua com as amigas, convidadas para o lanche que, a mãe lhe fizera como festa de anos, composta de pão e compotas, sobretudo de marmelada.

Embora o sol já tivesse escondido no ocaso, estranhamente o céu ainda não escurecera, para alegria das raparigas que assim prolongavam a brincadeira. Entretanto interromperam-na subitamente, quando se aperceberam que dos lados do São Caetano, aproximava-se um vermelhão, mais parecendo que o céu estava a arder. Assustadas, fugiram cada uma para suas casas, buscando proteção junto das suas mães.

Mas, quando as mães viram tal coisa, concluíram estar a cumprir-se a profecia, de se estar perante o fim  do mundo, desta vez em forma de fogo, em contraponto com o do Dilúvio.

Ora, perante este cenário restava-lhes procurar a salvação na igreja. O padre João da Lampaça com outra cultura, esforçava-se para os acalmar, dizendo-lhes que aquilo se tratava de um fenómeno da natureza, mas estes queriam era receber a sua absolvição, para poderem entrar puros, no reino de Deus.

Os momentos vividos na igreja foram terríficos, havia famílias inteiras abraçadas a chorar e a rezar, outros subiram aos altares e abraçando-se aos santos, pensando que assim mais perto, seriam ouvidos melhor. Uma mulher retirou as argolas das orelhas e doou-as à nossa senhora, embora as recolhesse no dia seguinte, quando se apercebeu que o mundo retomara o seu ciclo de vida normal.

 Afinal o vermelhão não fora outra coisa, senão uma aurora boreal, uma coisa rara na nossa latitude, embora frequente nos países a norte do planeta. O Zé Barroco que era um homem viajado e fora emigrante na América, não se deixou intimidar com o fenómeno e enquanto o povo fugira para a igreja ele jantava tranquilamente em sua casa.

 O mesmo já não se passava com a sua afilhada Júlia, que de coração apertado não conseguia comer.

O Zé Barroco bem insistia – Come Júlia! Mas a menina só dizia.

- Oh padinho num se m’ingole!

 

publicado por Nuno Santos às 13:22

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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