Enquanto o país está hoje em reflexão, por causa da escolha do novo presidente da república, cujas eleições vão decorrer amanhã, eu encontro-me em descompressão, por uma outra razão. Quanto às eleições, há muito me desencantei com a política nacional, por isso passei um pouco à margem desta campanha, embora não deixarei de cumprir, com o meu dever cívico.
E votarei sem qualquer hesitação no candidato que, mais se identifica comigo, porque representa um tempo novo e sem amarras ao passado. Votarei nesse candidato, porque sou uma pessoa de memória, e porque conheço o passado dos outros candidatos, assim como o valor acrescentado que não têm trazido ao país.
Embora seja um direito que lhes assiste, não compreendo a razão da candidatura de alguns desses candidatos, ainda que segundo a Constituição da República, se possa candidatar ao cargo de presidente da república, todo o cidadão com mais de trinta e cinco anos que, saiba ler e escrever e tenha a cidadania portuguesa até à quinta geração.
Mas muito sinceramente, não consigo encontrar a razão e motivação de alguns desses candidatos, para o exercício deste alto cargo da nação, a não ser a disputa de algum protagonismo.
A minha descompressão de hoje, prende-se com o facto de ontem, ter havido eleições no condomínio do meu prédio, onde eu era o seu administrador, cargo do qual me livrei, porque os mandatos são apenas por um ano, e o meu mandato decorreu entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016.
Como vivo neste prédio há cerca de trinta e quatro anos, embora sejamos trinta e dois condóminos, eu já exerci este cargo de administrador, por mais de dez vezes. A razão de tão rápida rotação, prende-se com o envelhecimento de muitos dos condóminos, os quais face à dinâmica da evolução tecnológica, sentem-se impedidos de exercer a função, desde logo, porque, uma boa parte das quotizações antes pagas em dinheiro, passaram a ser pagas através de transferência bancária. Depois, porque os bancos, como forma de economia em gastos postais, deixou de enviar os extratos bancários em papel, fazendo-o agora via digital, logo, obriga a que o gestor do condomínio tenha conhecimentos de informática, para utilizar o Home Banking.
Uma outra razão, prende-se com a falta de sentido cívico de muitos condóminos, os quais nunca estão disponíveis, para assumir o exercício do cargo de administrador. Ora, ainda que o exercício do cargo de administrador, seja um cargo exigente e de responsabilidade, criando muitas das vezes atritos e constrangimentos com outros vizinhos (condóminos) que, doutra foram não aconteceriam, o certo é que nada na lei obriga ao exercício e aceitação do mesmo. O exercício do cargo terá de ser voluntário, ainda que no meu caso e na maioria das vezes, tenha sido voluntário à força.
Ora, como desde ontem deixei o exercício do cargo, essa é a razão, por que hoje me encontro em descompressão. E porque não estou muito preocupado com o ato eleitoral, cuja escolha há muito está feita, também não estou em reflexão.
Contudo não deixo de estar em estado de apreensão, porque o meu Sporting joga logo à noite na Mata Real com o Paços Ferreira, sobretudo, porque na baliza não vai estar o Rui Patrício, mas o Marcelo Boek.