Os valores e a cultura da Nucase sempre tiveram um maior enfoque nos seus clientes, sem contudo descurar claro está, a preocupação com mais elementares direitos dos seus colaboradores.
Nesse sentido e ao longo destes trinta e cinco anos de existência, tem se respeitado os credos políticos e religiosos, assim como as raças e tendências sexuais de todos os colaboradores que serviram a Nucase, predominando um grande multiculturalismo e coexistindo vários ideais políticos e várias raças.
Quanto às tendências sexuais, as diferenças nunca foram evidentes, nem nunca ninguém se assumiu, pese embora se dissesse à boca pequena de que havia várias tendências, tanto no sector masculino como no feminino.
Vem isto a propósito de um episódio passado há muitos anos com um funcionário, quando a sede ainda funcionava na Parede. O funcionário em questão era um autêntico modelo, não tanto pela sua estampa física, mas sobretudo pela forma como vestia. Era de estatura mediana e usava uns óculos redondos tipo Bill Gates, andando sempre vestido nos trinques.
Embora tivesse passado a barreira dos trinta continuava solteiro, e um dia alguém o viu a jantar com um outro homem num restaurante à luz da vela, daí ter-se espalhado o boato de que esse colega era gay.
Quando ele teve conhecimento do que se constava pela Nucase, com os olhos marejados de lágrimas irrompeu pelo gabinete do Sr. António Nunes, perguntando-lhe directamente.
- Oh Sr. Nunes! O senhor acha que eu sou gay?
Ainda que se diga que não há perguntas estúpidas, esta foi no mínimo difícil, deixando o Sr. António Nunes bastante atrapalhado. Com o pragmatismo que se lhe reconhece, lá conseguiu argumentar uma resposta, amenizando a angústia do seu funcionário, ou seria uma encenação?