Outeiro Secano em Lisboa

Agosto 19 2018

 

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 Imagem da internet

Se há coisas que eu não aprecio é passar o mês de agosto em Lisboa, porque ao contrário do que acontece nesta época do ano noutras cidades, que, fervilham de pessoas e de atividades lúdicas, embora a maioria dessas pessoas sejam emigrantes vindos das suas terras de acolhimento, mas também de migrantes, a passar parte das sua férias, revendo a família e participando na festa da terra.

Em contrapartida a cidade de Lisboa neste mês fica praticamente deserta, com a maioria dos teatros encerrados, os cinemas quase só passam filmes para crianças ou comédias sem grande interesse, e a única coisa positiva é o trânsito, porque neste mês o trânsito flui sem qualquer dificuldade, não havendo praticamente horas de ponta.

Quem circula pela cidade são sobretudo os turistas, uma situação cada vez mais frequente ao longo do ano, em especial na zona da baixa e nos bairros típicos da cidade.

Quanto às atividades lúdicas lá vai havendo uma ou outra, porque as festas da cidade de Lisboa decorreram durante o mês de junho. Claro que numa cidade capital do país há sempre eventos, e se no dia 15 de agosto a maioria das terras celebrou a assunção da Nossa Senhora, por exemplo em Lisboa celebrou-se o nascimento do Santo António com um concerto do Camané, ao qual tive o privilégio de assistir.

A propósito do Santo António, paradoxalmente dá-se maior relevo à sua morte em 13 de junho, do que ao seu nascimento a 15 de agosto, quando em minha opinião deveria ser ao contrário, até porque o Santo nasceu em Lisboa, mas morreu em Itália na cidade de Pádua.

Este ano por razões pessoais passei cá o mês de agosto, e para ajudar a passar os tórridos dias que se fizeram sentir, refugiamo-nos todas as manhãs na praia de Carcavelos, paradoxalmente a menos de mil metros onde durante mais de vinte e cinco anos, eu exerci a minha atividade profissional, e parafraseando o José Carlos Malato fui muito feliz.

Uma das coisas boas de agosto é o retorno do campeonato de futebol, uma das minhas paixões. Assim ontem depois de ter assistido em casa via televisão ao Chaves- Portimonense, com uma boa vitória do Chaves, à noite lá fui a Alvalade assistir ao Sporting-Setúbal.

Confesso que estava apreensivo, não tanto pelo jogo, mas pela reação da massa associativa, face aos acontecimentos ocorridos durante a semana, protagonizados pelo ex-presidente Bruno de Carvalho, uma chaga que o clube não consegue sarar, veremos o mal que ainda lhe causará.

Felizmente tal como na última assembleia em que foi destituído por uma maioria de 71%, ontem apesar das férias de muitos sportinguistas, estivemos em Alvalade 40.611 sportinguistas, em sinal de compromisso com a equipa e com o clube, do qual o ex-presidente Bruno de Carvalho já é passado, oxalá ele se convença disso.  

Mas se o mês de agosto se aproxima do fim, o mês de setembro está à porta e esse é o mês especial para os outeiro secanos como eu, por causa da festa da Nossa Senhora da Azinheira no dia 8 de setembro.

E se este ano a festa esteve em perigo, pela recusa da comissão nomeada, costuma dizer-se que “se um leão morre outro se levanta” e foi isso que aconteceu, uma outra comissão de voluntários surgiu e a festa da Senhora da Azinheira realizar-se-á com o brilho que nos tem habituado.  

Eu lá estarei para a viver com o mesmo espírito de sempre. Só espero que as condições meteorológicas não condicionem a sua realização, nomeadamente o fogo-de-artifício como está a acontecer neste fim de semana, pois isso seria um série revés para a tradição da nossa festa.

 

publicado por Nuno Santos às 10:55

Nuno, à muitos anos que não vou a Outeiro Seco, mas este ano irei para acompanhar o meu pai, o Agostinho Costa, pois deve ser o último ano que ele tem condições mínimas de saúde para se deslocar à sua aldeia, para ver a tão apreciada festa da N.ª Sr.ª da Azinheira, bem como ver os seus amigos da terra (aqueles que ainda reconhecer).
Outeiro Seco tem história, tradição e essência, são estas características que fazem as aldeias manterem-se vivas, os mais novos nunca esquecem e voltam sempre para recordar... a Saudade é algo que nos marca.
Rui Costa a 28 de Agosto de 2018 às 17:20

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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