Afinal a taça foi para o Real Madrid e para Santiago Barnabéu, foi um jogo épico para o futebol, mas dramático para o Atlético de Madrid porque aos noventa e três minutos de jogo, apenas a dois do final, a taça era do Atlético. Mas os jogos só terminam quando o árbitro apita para o seu final, e aos noventa e três minutos e meio, o Real Madrid marcou o golo do empate, repondo alguma verdade no jogo, levando-o para o prolongamento.
Aí imperou a lei do mais forte, o Real Madrid como mais opções, impôs-se no prolongamento, embora por números exagerados. Dado que não era o meu clube do coração que estava em compita, e da maneira que o futebol se tornou num negócio, duvido que alguma consiga chegar a uma final da Liga dos Campeões, confesso que emocionalmente estava um pouco dividido. Se por um lado fiquei contente pelos três jogadores portugueses que jogam no Real Madrid, por outro fiquei um pouco triste, porque estou sempre do lado dos mais fracos e das minorias, razão pela qual gostava que ganhasse o Atlético, atendendo à época gloriosa que fez, sagrando-se campeão de Espanha à frente do Barcelona e do Real Madrid, com um orçamento incomensuravelmente mais baixo, e vários jogadores emprestados.
De salientar o civismo como decorreu esta jornada de futebol, servindo de exemplo aos adeptos portugueses, e mostrando que o desporto é isso mesmo socialização e quando uns ganham outros perdem, toca a todos.
Este jogo ofuscou outro evento, esse sim bem mais importante, tanto para os portugueses como para os espanhóis. Trata-se das eleições para o Parlamento Europeu que se disputam amanhã domingo, embora a maioria das pessoas não dê grande importância a estas eleições, e veremos isso na taxa de abstenção que se vai registar. O certo é que actualmente, mais de oitenta por cento das leis e medidas que regem a nossa vida, emanam de directivas do parlamento europeu.
Tal facto torna estas eleições mais importantes do que as nossas legislativas, e os nossos governantes em meros moços de recados, de Bruxelas.
Assim e ao contrário do “no pasa nada” este fim de semana passa-se muita coisa, não só em Lisboa mas em todo o país e na Europa, porque depois colheremos os frutos daquilo que semearmos amanhã, ou seja, a escolha do nosso futuro para os anos mais próximos. Pena que as televisões tivessem menorizado estas eleições, pois nem um único debate houve entre os diversos candidatos.