Outeiro Secano em Lisboa

Novembro 14 2018

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Há memórias que ficam e a minha mãe, pese embora os seus oitenta e cinco anos feitos no passado dia 1 de agosto, preserva ainda em boa forma a sua, sendo atualmente uma das poucas fontes de memória da aldeia.

Tardiamente valorizei a riqueza dessa audioteca em suporte de voz, ainda que nem sempre disponível, porquanto, separam-nos quase quinhentos quilómetros de distância. 

Nesta minha curta estada em Chaves entre os Santos e o São Martinho, recolhi esta canção que ela apreendeu, enquanto aluna da D. Maria Eugénia. Chama-se o Carvalho Esburacado e veio à colação por causa desta época do ano em que as folhas das árvores caem e nos dão  extraordinários coloridos.

Assim e para memória futura aqui fica a letra do Carvalho Esburacado, se quiserem conhecer a melodia terão de lhe pedir a ela ou puxar pela memória das vossas mães octogenárias.

 

Caem folhas uma a uma
Na relva verde do prado
São folhas dos castanheiros
Do choupo e dos sobreiros
Do carvalho esburacado


As folhas amarelinhas
Vão caindo, vão caindo
Parece o choro das plantas
Martirizadas e santas
Pelo sol que vai fugindo


A planta fica despida
Fica triste, fica nua
Assemelha-se a um pobrinho
Sem amparo, sem carinho
Como estes que andam na rua


Pobre planta sem folhinhas
A tremer, a tiritar,
É como um bebé sem lar
Para aquecer as mãozinhas

 

Mas o inverno vai passando

A passos tristes e graves

O sol traz flores e calor

E o alegre trinado das aves.

publicado por Nuno Santos às 18:24

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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