Outeiro Secano em Lisboa

Maio 20 2018

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Apesar de ter mais anos de residência em Lisboa, que na minha terra natal (Chaves), ontem durante um evento patrocinado pela Casa do Professor de Loures, da qual a Celeste é associada, fiquei a conhecer melhor uma parte desta cidade, durante muitos anos esquecida e ostracizada, estando agora na moda, tal como toda a cidade.

O passeio foi pelos Bairros da Mouraria e Alfama, culminado numa visita ao Museu do Fado, e jantar num restaurante onde também se canta o fado.

Sou um partidário das férias em grupo, mais do que das autoférias em família, a não ser que estas sejam por períodos curtos, ou na praia. Tenho por experiência que, para conhecer melhor uma cidade e a sua história, nada melhor que sermos acompanhados por um guia especializado. Esse era um serviço que gostaria que a Câmara de Chaves desenvolvesse, pois Chaves é uma cidade com uma história riquissima.

Pensava eu que conhecia bem os lugares que íamos visitar, mas a título de curiosidade o passeio iniciou-se com a visita a edifício quinhentista, junto à capela da Senhora da Saúde no Martim Moniz, onde durante anos, eu pratiquei ginástica nas instalações do Inatel, as quais funcionam ainda no quarto andar deste edifício.Mas a pressa como subia as escadas quando ia ao ginásio, nunca me apercera da beleza dos painéis de azulejos que, decoram as suas paredes, nem o seu sentido alegórico.

Ontem porque íamos acompanhados por uma professora universitária, especializada em estudos olisiponenses, eu pude desfrutar da beleza escondida para quem ali passam, e se limita a observar a porta de entrada, de facto deveras interessante.

É sabido da grande rivalidade existente entre a Mouraria e a Alfama, ainda que nem todos a conheçam as suas delimitações e pior ainda, após a alteração à lei das freguesias que reduziu Lisboa das 53 freguesias para 24, os dois bairros passaram a integrar a mesma freguesia, a de Santa Maria Maior.

Agora quem visita estes bairros fica com sentimentos contraditórios, se é verdade que já não se veem tantas senhoras idosas às janelas, nem roupas a secar nos estendais, também é verdade que estes bairros estão convertidos em estaleiros de obras, alterando o estado das casas outroras deixadas ao abandono pelos seus senhorios, evocando o baixo rendimento das suas rendas.

E se dantes apenas se viam nas ruas os seus residentes agora são os turistas que animam os bairros. Porém há uma coisa que não alterou. Os poucos naturais que ainda ali residem não deixam morrer as tradições e como o Santo António se aproxima, em todos os largos e praças se estavam já a montar os palcos e balcões para a festa que promete ser farta, haja sardinha para vender.

publicado por Nuno Santos às 10:08

eu tenho dois grandes motivos pra não gostar de lisboa
um a ditadura
dois os governos corruptos e incompetentes
mas gosto de alguns bairros principalmente os mais ligados ao meu fado
bairro alto aos ser amores tão dedicado
madragoa és mãe a da minha mãe o gente boa do meu ó gente boa do meu bairro escutem bem
ó mouraria da velha rua da palma onde eu um dia deixei presa a minha alma
vielas de alfama ruas da lisboa antiga não há fado que não diga coisas do vosso passado
vielas de alfama beijadas pelo luar quem me dera lá morar pra viver junto do fado
mas o motivo maior de há um anoa para cá é a minha filha que está apaixonada por essa cidade
vasco sobreira garcia a 20 de Maio de 2018 às 23:33

Olá Vasco,
Antes de mais obrigado pela visita ao blogue que tem andado um pouco perguiçoso. Sobre Lisboa esta cidade sofreu nas últimas duas décadas uma grande transformação, tornando-se numa cidade cosmopolita ao nível das melhores cidades europeias. Isso contrasta de certa maneira com a cidade descrita nos fados que evocaste, esses sim do tempo da ditadura, mas agora existe um fado novo cantado por Ana Moura, Mariza e muitos outros ainda que não se renegue os fados e os fadistas do passado e por isso todos eles têm a sua memória no Museu do Fado. Quanto aos políticos incompetentes, efetivamente esta cidade teve um período de grande marasmo e inação, sobretudo durante os mandatos de Kruz Abecassis, mas a partir dos mandatos de Jorge Sampaio até agora com Fernando Medina a cidade tem crescido em todas as suas vertentes, razão porque é tão apreciada por todos os que a visitam e que aqui vivem como é o caso da tua filha, sendo agora um motivo maior para que também tu a possas visitar. Para mim seria um grande prazer poder ser teu cicerone.
Um grande abraço de amizade para ti e toda a família.
Nuno

sem um transplante vai ser dificil
quanto às novas fadistas tem muitas o fazer o fado viver bem
mas principalmente as duas que mencionaste são bem
melhores quando cantam os antigos classicos
vasco sobreira garcia a 25 de Maio de 2018 às 23:16

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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