Outeiro Secano em Lisboa

Março 05 2014

Ainda que o cristianismo dê uma conotação religiosa ao carnaval, ou o entrudo, designando-o como “adeus à carne” ou “entroito” significando a entrada na quaresma, o certo é que esta festa, realiza-se bem antes da existência do cristianismo, para uns teve início há mais de 4.000 anos a.c., no médio oriente, para outros no ano 650 a.c., na Grécia antiga.

O facto é que o carnaval ou entrudo, está associado a folia, e nem com a conjuntura económica desfavorável, como a taxa de desemprego em Espanha em 24% e em Portugal nos 15%, o povo não deixou de vir para a rua divertir-se, conforme as imagens ilustram.

Como em Chaves “non pasa nada”, lá tivemos de ir até Verin, porque até integra a eurocidade (Chaves-Verin), eu acho que foi um artifício, para sacar mais uns cobres à união europeia, porque sinceramente, a não ser a agenda cultural das duas localidades, poucas mais coisas vejo em comum. Por exemplo em nome desse intercâmbio transfronteiriço, fazia-me algum sentido ver desfilar um carro uma trupe, o que quer que fosse, que identificasse a cidade de Chaves, a qual estava representada apenas pelos muitos mirones que, se acantonavam nos passeios da rua para verem desfilar o corso.

Quanto ao desfile, já o vi melhor noutros anos, talvez por reflexos da crise, mas apesar do momento, não havia grande crítica social ou política, apenas uma pequena alusão ao preço da água, e ao caso Iñaki Urdangarin o genro do rei acusado de desfalque.

Como sempre o Cigarron era a figura de relevo do entroido de verin,havia-os de todos os géneros, homens, mulheres e crianças. Segundo a lenda, o cigarron era o antigo cobrador de impostos, dos condes de Monterrey, donde é uma figura exclusiva do carnaval desta região. Diga-se em abono da verdade que a sua máscara é muito rica e bonita, e os chocalhos em cobre colocados atrás das costas dão um som característico a esta festa.

Tal como em Chaves também em Outeiro Seco não se passou, pese embora haja uma associação cultural e uma banda, mas como para tudo é preciso dinâmica para que as coisas aconteçam, coisa que não faltou noutros tempos, mesmo antes da criação dessas instituições, dando a ideia que em matéria carnavalesca, a aldeia não se renovou face aqueles aqueles que o dinamizaram no passado.   

publicado por Nuno Santos às 08:54

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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