Ontem de manhã fomos ao Freeport que, embora seja desconhecido para uma grande maioria dos portugueses, o seu nome é porém conhecido, para por causa do célebre processo que, tentou incriminar o José Sócrates no licenciamento desta obra. Trata-se de um centro comercial outlet, onde se podem comprar produtos de marca, a preços mais favoráveis.
O que muita gente desconhece é que este centro, está inserido numa espécie de zona industrial, com a maioria dos equipamentos industriais fechados, e o próprio espaço onde se encontra construído tinha sido outrora uma fábrica de pneus, a qual estava abandonada, sendo por isso, um foco de contaminação do solo.
Este processo define bem o estado da nossa justiça e da prosmicuidade de alguns agentes, com a governação, pois nasceu da uma carta de denúncia de, um deputado municipal do CDS que, em meu entender, tinha apenas um propósito, servir de ruído de fundo, para o silenciamento de um outro processo, esse sim bem mais grave, envolvendo nomes ligados à governação do PSD, incluindo conselheiros do presidente Cavaco Silva, e ele próprio, no processo do BPN.
E já com o caso do Freeport terminado, inventou-se outro, o chamado Face Oculta, implicando governantes ligados ao PS, cujo crime era o favorecimento na compra de sucatas, e onde um dos principais acusados, o ex-ministro Armando Vara, está acusado de ter recebido luvas no montante de 25.000 €.
Só que enquanto se andou a gastar tempo com estes dois processos, os prazo do processo BPN iam correndo rumo à prescrição, cujo resultado está agora à mostra de todos. Os autores das fraudes no BPN no montante de muitos milhões de euros, andaram quase todos em liberdade, fazendo outros negócios com os lucros obtidos ilicitamente no banco.
Sem querer fazer qualquer defesa, porquanto não me revejo em nenhum desses partidos, lamento que tenhamos de ser nós a pagar essas ilicitudes, pois só os custos suportados com o BPN já ultrapassam os quatro mil milhões de euros, estando na origem dos cortes cegos nos ordenados e pensões, enquanto que os prevaricadores continuam a viver como navabos.