Quem não foi ainda surpreendido com a mudança de qualidade, em restaurantes dos quais tínhamos uma boa avaliação e referência? Umas vezes, por mudança de gerência, noutras a mudanças ocorridas na cozinha e outras ainda, porque a gerência quis obter o retorno do investimento em tempo mais curto, à custa da qualidade do serviço.
Ora, isso ainda não aconteceu no Restaurante Casa do Ferrador em Alturas do Barroso, graças a Deus, onde a qualidade no tocante ao Cozido se mantém inalterável. Depois da primeira experiência em fevereiro de 2013, este ano por altura do carnaval, retornamos lá e garanto-vos que, a qualidade se mantém, senão mesmo mais apurada.
Claro que nesta altura do ano o prato principal é o célebre “Cozido” mas eu nem lhe chamaria assim. O nome mais adequado para mim seria “Festival do Porco” à semelhança do que acontece noutras zonas do país com pratos tradicionais, como a lampreia, o marisco e outros.
Mas porque estamos no Barroso, onde além da vitela também a gastronomia do porco é dominante, vejamos o que a Casa Ferrador nos serve nesta ementa:
A entrada é de presunto lascado em fatias finas, acompanhado de rodelas de salpicão e de linguiça. Depois vêm os rojões do redanho e do soventre com alheira, seguindo-se umas iscas de fígado, depois língua de porco fumada e fatiada antes dos ossos da assuã. Por fim vem então o cozido, com as restantes carnes fumadas do animal, onde podemos degustar as carnes do focinho a orelheira passando pela barriga, pernil, pé e rabo, acompanhado com batatas e hortaliça da região.
O vinho sendo de produção caseira é feito com uvas do Douro e tem excelente qualidade. Para finalizar há ainda um buffet de sobremesas, composto de doces e salgados que vai dos queijos aos doces onde se inclui a tradicional rabanada.
O preço é de 35,00 € por pessoa, havendo quem o considere exagerado, mas quem aprecie esta especialidade e seja um bom garfo, este preço não é exagerado. Agora para quem vai só pela companhia e debique um ou outro pedacito então será caro.
Outra especificidade deste restaurante é servir só por marcação, donde, quase todas as mesas são compostas por grupos de amigos, oriundos na sua maioria da região do grande Porto e Minho. Paradoxalmente os transmontanos da região talvez porque desde sempre foram habituados a comer estas especialidades, não são muito frequentadores.
Eu próprio um transmontano residente em Lisboa, descobri este restaurante através do meu amigo Júlio Eurico que, é nado e criado em Lisboa mas, amante das coisas boas da vida sobretudo em gastronomia sendo ele quem fez a marcação das duas vezes que aqui viemos.
Ao serviço de qualidade da comida há ainda a acrescer o ambiente acolhedor da casa, assim como a simpatia do pessoal e do seu gerente o Sr. Humberto. Claro que não é um prato para repetir muitas vezes sobretudo por causa do “colesterol”, mas pelo menos uma vez por ano eu recomendo.