Outeiro Secano em Lisboa

Agosto 10 2016

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Por mais campanhas que se façam a situação dos incêndios florestais repetem-se todos os anos. Uns são ateados por doentes pirómanos, que veem beleza numa coisa terrífica, causando graves danos tanto patrimoniais como ambientais, outros são ateados por instintos de malvadez e vinganças pessoais, outros ainda, causados por negligência humana e causas naturais.

Ora, é nesta altura que nas televisões se multiplicam os debates e mesas redondas, discutindo este tema, sendo que quase sempre, vem ao de cima, a falta de meios, pese embora e segundo alguns dos especialistas, não é verdade.

Ainda hoje ouvi um técnico florestal dizer que, os nossos bombeiros, estão ao nível dos melhores que há no mundo, tanto a nível de meios humanos como de material. Acontece é que a esmagadora maioria dos incêndios, acontecem num curto espaço de tempo, ou seja entre dez a quinze dias no ano. Ora, perante este cenário não há forma alguma de combater todos os incêndios, tanto mais que por vezes, lavram vários incêndios em simultâneo, no mesmo concelho.

Seria a mesma coisa se todas os doentes ocorressem aos hospitais, no espaço de quinze dias, claro que o sistema nacional de saúde não teria capacidade para dar resposta, tal como acontece por vezes no inverno, com os picos das gripes, quando vemos doentes em macas, esperando mais do que um dia para serem atendidos.

O problema dos incêndios parece estar a montante, ou seja nos restantes trezentos e cinquenta dias do ano, em que não há incêndios, mas também não há debates na televisão sobre essa problemática, nem sobre a sua prevenção.

Por exemplo na Madeira salvo o grande incêndio causado pelos colonizadores, para colonizarem a região e abrirem espaço para construírem as povoações, não houve notícias de grandes incêndios até que o governo regional proibiu a prática do pastoreio nas serras. Até à década de noventa os agricultores madeirenses depositavam o seu gado na serra sendo o responsável pela eliminação das ervas secas e matos.

Entretanto em nome da conservação de algumas espécies, chegou-se a esta situação, os animais foram retirados da serra, o mato cresceu desordenado e os resultados estão à vista.

No continente por razões diferentes, acontece o mesmo. O interior está cada vez mais desertificado, a população cada vez mais envelhecida e sem meios para trabalhar as terras, de modo que os matos vão cercando cada vez mais as populações, com os resultados visíveis.

É tempo da sociedade olhar a questão dos incêndios de um modo diferente. Primeiro alterando a lei de modo a criminalizar os incendiários criminosos, depois dar mais atenção à floresta durante o ano, e não só durante o calor do verão. Há que preservar a nossa floresta, porquanto, a floresta contribui em dez por cento das nossas exportações.

Uma saudação especial para todos aqueles que, têm passado por este constrangimento, sobretudo os bombeiros que o fazem de forma abnegada e desinteressada, eu sei do que falo, pois infelizmente já passei por isso faz agora dois anos.

publicado por Nuno Santos às 21:05

tristeza muita tristeza
quando vi ontem a notícia de que tinham morrido 4 pessoas na madeira não contive as lágrimas
teria que ter tolerância zero com esses desgraçados desses incendiários
vasco sobreira garcia a 12 de Agosto de 2016 às 21:38

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Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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