Como é costume, este ano também tivemos o Verão de São Martinho, associado à lenda de que “ Num dia muito chuvoso e frio de outono, o São Martinho à época um soldado romano, terá rasgado metade da sua capa e dado a um mendigo, a fim deste se resguardar do frio. De Imediato, o dia chuvoso e frio transformou-se, num dia de resplandecente sol quente”. Desde aí a alteração meteorológica que, normalmente acontece sempre nesta época do ano, passou a chamar-se, como o Verão de São Martinho.
Mas se a lenda do Verão de São Martinho ainda perdura, o mesmo já não acontece, com a tradição da realização do Magusto comunitário em Outeiro Seco, onde se vivia uma tarde de convívio e de socialização.
Mas se o magusto não se realizou, não é pela falta de entidades que o possam promover, desde logo duas associações, como a Casa da Cultura e as Mãos Amigas, e ainda, a própria Junta de Freguesia. Também não é pela falta de infraestruturas locais apropriadas para o efeito, porque tanto o pátio do Solar dos Montalvões, como o espaço contíguo ao Polivalente Desportivo, reúnem as condições ideais para a realização desse evento.
O que falta infelizmente, é a dinâmica das forças vivas da aldeia, as quais têm caído num imobilismo ensurdecedor, no tocante a iniciativas que mobilizem os moradores na aldeia.
Por razões familiares neste último ano, temos aí passado mais tempo, acompanhando com tristeza a esse imobilismo mas também abandono, latente em todas as áreas sociais. E se nunca se conseguiu a integração dos moradores, dos bairros periféricos da freguesia. Agora são os próprios naturais e moradores na aldeia, que aos domingos, paradoxalmente vão à missa Igreja Matriz de Chaves, assim como muitos jovens catecúmenos, que, preferem andar na catequese na cidade.
Deste modo a aldeia vai perdendo vitalidade, tornando-se uma aldeia só para velhos, e mesmo estes, por força das melhores condições que vão tendo em casa, já não recorrem tanto ao Largo do Tanque, outrora a nossa sala de estar.
É urgente repensar tudo isto e como para o próximo ano há eleições autárquicas, oxalá apareça alguém com ideias que dinamizem a aldeia, acabando com o marasmo do qual vai saindo apenas com a realização da festa da Sra. Da Azinheira. Entretanto deixo aqui uma declaração de interesses, embora seja um outeiro secano de coração, eu sou recenseado e residente em Odivelas, logo, não sou um putativo candidato a nenhum cargo político, em Outeiro Seco.