Outeiro Secano em Lisboa

Outubro 31 2014

Os Santos.JPG

 

 

Não há volta a dar, apesar da distância que me separa e da agenda preenchida em atividades profissionais, ainda que o não queira, não há forma de me esquecer de que hoje, é o dia da feira dos Santos em Chaves e eu neste ano não estou lá. Por isso vou ter saudades de andar aos encontrões pelas ruas, de ouvir o som dos bombos dos Zés Pereiras, da voz metálica dos propagandistas vindos directamente das fábricas, a venderem os cobertores para o inverno que se avizinha, ou de ir aos Fortes ver o concurso do gado e comer o polvo no Manolo.

Mas porque será que isso me lembra tanto, quando a oferta cultural em Lisboa é tanta? Por exemplo a trezentos metros do meu posto de trabalho, mais propriamente no museu da Gulbenkian, está patente ao público uma exposição com os “Tesouros partilhados dos reinos de Espanha e Portugal” que do ponto de vista artístico e cultural, tem com certeza mais interesse, do que ver a azáfama dos tratadores do gado a escovarem o pelo aos bois ou a enfeitar-lhes os cornos, embelezando-os para melhor influenciar o júri no concurso do gado.

Bem sei que o programa dos Santos é basicamente o mesmo dos anos anteriores, porque nessa matéria, a nossa autarquia tem sido pouco audaciosa, não sabendo capitalizar uma tradição centenária, pois diz-se que a feira dos Santos remonta à época medieval, com início por volta do ano de 1300.

O certo é que continua a agregar milhares de forasteiros, vindos dos concelhos limítrofes, mas também de vizinha Espanha, em especial da província da Galícia e deixa saudades aos flavienses não residentes e que, por uma ou outra razão, não podem aí estar nesta altura.

Este ano para mim havia um atrativo extra, foi a apresentação feita ontem do livro “O rabo vermelho do destino” dos meus amigos Altino Rio e Herculano Pombo, que, depois de ter sido apresentado no dia 7 de setembro na nossa aldeia, voltou ontem a ser apresentado, desta vez com maior pompa e circunstância na Biblioteca Municipal, contando com a presença do autor do prefácio, o escritor Francisco José Viegas. Espero que tenha sido um êxito e deixo desde já aqui um abraço de parabéns e amizade aos autores.

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 07:36


Pois é Nuno, quando estamos longe da terra que nos viu nascer, tudo lembra e as saudades são muitas, por mais que digamos que é sempre tudo igual. Também eu já senti bem essas saudades e agora nem sempre valorizamos os "Santos" da mesma forma que o fazemos quando estamos ausentes. Mas o que não me perdoo, é ter perdido ontem a apresentação do livro do Amigo Altino e do Dr. Herculano Pombo.Não é que me esqueci totalmente desse evento, eu que até tinha prometido que estaria presente? E ao mesmo tempo também queria que me autografassem o livro, pois no dia 7 de Setembro, não tive oportunidade de o fazer. Paciência, só me resta pedir desculpas pelo sucedido.

Um abraço.
Albertina a 31 de Outubro de 2014 às 11:07

ainda hoje falei dos santos
pois fui ao supermercado com a minha sogra e o meu neto ele pegou pelo menos 4 ou 5 coisas e no final resolveu trazer a primeira que pegou
aí quando chegamos no carro eu disse-lhe faz muitos anos esperava por este dia para receber um brinquedo sempre quis uma espingarda que a minha mãe nunca me deu mas com um carrinho ou camionete de lata ou madeira como ficava feliz
hoje com tantas vontades e tantas variedades nada tem valor para lá da hora que ganhou
enfim outros tempos
quanto à oferta cultural de lisboa ou daqui não tenho nenhuma dúvida e nem há o que comparar
mas algo que nos marcou a infancia ou juventude se estamos perto até nos passa ao lado sem darmos muita importancia
mas quando estamos ausentas toma outra dimensão
vasco sobreira garcia a 1 de Novembro de 2014 às 17:22

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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