Longe vão os tempos que Outeiro Seco, era notícia constante nos jornais locais, onde chegou a haver só nas últimas décadas quatro jornais, a Voz de Chaves, o Notícias de Chaves, o Transmontano, e o Intransigente.
Apesar de já ter sido assinante dos três primeiros, porque sou um flaviense não residente, actualmente não sei com rigor, quantos jornais ainda existem, embora me pareça que já só exista o A Voz de Chaves, do qual me mantenho assinante.
Como assinante e leitor semanal do jornal, parece-me que releva com maior ênfase, as notícias e os acontecimentos ocorridos nos concelhos limítrofes, do que propriamente no seu concelho.
Quando por alturas da Páscoa, as forças vivas de Outeiro Seco, referirmo-nos à Casa da Cultura, Associação Mãos Amigas, Junta de Freguesia e Fábrica da Igreja , realizaram no Forte de S. Neutel a encenação do Auto da Paixão, um acontecimento que já não ocorria desde 1961, ou seja há mais de 53 anos, e embora a representação tivesse ocorrido na cidade, e com grande êxito, o Jornal a Voz de Chaves não fez qualquer reportagem deste evento.
Esta semana foi descoberto na capela da Sra do Rosário um fresco que, apesar de ainda não estar referenciado, datará por certo do século XV ou XVI. Ora parece-me que culturalmente este achado será um facto relevante, quer para o concelho como para a região, apesar disso, a notícia não teve qualquer relevância, no jornal A Voz de Chaves.
Será que é por falta de interesse, ou por falta de mensageiros?
Bem diferente seria se em Outeiro Seco, tivesse acontecido alguma situação negativa do tipo, um assalto, uma desavença entre vizinhos, ou um incêndio. Aí não seria apenas a imprensa local, como também os correspondentes da televisão a transmitirem a notícia.