O novo Largo do Palácio da Justiça
Vista parcial de Outeiro Seco pelo drone do Marcos Costa
Caros amigos,
Após uma prolongada estada repartida entre Chaves e Outeiro Seco, eis as minhas impressões daquilo que vi e gostei, assim como daquilo que, também não gostei.
Gostei da beleza da paisagem nesta altura do ano, com os campos verdes e floridos, assim como do caudal ainda cheio do Tâmega e do nosso ribeiro, fruto da imensa chuva que caiu durante o inverno e a primavera. Oxalá o tempo quente e seco do verão, não nos tragam a praga dos incêndios dos anos anteriores, porque além dos prejuízos económicos que acarretam, modificam a paisagem, dando-lhe um aspeto feio e desolador.
Gostei dos poucos momentos de tertúlia que passei, tanto na cidade como na aldeia, embora sejam cada vez mais raros, porque tanto a cidade como a aldeia, vão perdendo cada vez mais população, saindo em busca de melhores condições de vida noutras paragens.
Por via disso, o café Sport já não é o principal ponto de encontro da cidade, porque entretanto nasceram outras centralidades na cidade, tornando-se desse modo mais difícil, rever todos os amigos.
O mesmo se passa na aldeia, com o pessoal a repartir-se pelos vários cafés, outros ficam em casa seguindo as novelas, por isso o largo do tanque que, outrora era a sala de estar da aldeia, em muitos momentos do dia, ele está vazio e sem vivalma.
Não gostei do silêncio sobre o Desportivo, apesar de ter subido este ano à primeira liga, quase ninguem fala do Desportivo. Claro que o tema do momento, é o Euro 2016, nem tanto pelo bom ou mau desempenho da nossa seleção, mas sobretudo, pelas opções do selecionador, muito inquinadas pela simpatia clubística de cada um.
Mas gostei de ver o andamento das obras de requalificação do estádio, não sei se estas obras são extensíveis a um novo tapete de relva, porquanto o atual parece-me bastante degradado. Quanto às novas aquisições, gostei sobretudo da aquisição de Vukcevic, o qual segundo disse está bem mais maduro e consciente das suas obrigações profissionais. Espero agora que esta Direção, consiga posicionar-se juntos dos grandes, para receber a título de empréstimo alguns dos jovens jogadores que, são esperanças do futuro, ptrecisando rodar noutros clubes, a exemplo do que tem feito o Moreirense e outros clubes.
Na aldeia ainda não se vive o clima da festa da Sra da Azinheira, porque a comissão eleita, ainda não iniciou o peditório, apesar de faltarem apenas dois meses. Ora como ainda não há o programa das festas, logo, a festa ainda não é assunto. No entanto já se vai falando que, algumas das bandas musicais que costumam marcar presença, já terão assumido o compromisso para esse dia, noutras festas.
Não gostei e não gosto da relação que a cidade mantém com a comunicação social, fazendo lembrar a do meu clube, o Sporting. As coisas negativas têm sempre um enorme impacto, enquanto as positivas, quase não se dá por elas. Por exemplo enquanto aí estive, realizou-se uma Conferência, onde estiveram dois dos maiores arquitetos do mundo, por sinal ambos portugueses, o Eduardo Souto Moura e Álvaro Siza Vieira, contudo, vi pouca projeção desse evento nos meios de comunicação. O mesmo se passou com as imagens no telejornal da RTP, sobre a inauguração da Fundação Nadir Afonso. Não fora a descerramento da lápide e mais parecia que, o Presidente da República, tinha ido a Chaves, apenas para distribuir afetos e que ainda estava em campanha.
Também não gostei de ver na cidade, o novo efeito urbanístico da praça do Arrabalde, causado pela cobertura às novas Termas Romanas. Apesar de terem sido inauguradas há mais de um ano, as Termas só agora irão abrir ao público, porque os projetistas esqueceram-se de que as termas eram quentes, e não deixaram aberturas para a condensação do ar. Antes deveriam ter visitado outras cidades europeias como a cidade espanhola Mérida, e ver como se concilia o romano com o moderno.
Gostei de saber que, em breve a Câmara vai emendar o erro e requalificar de novo o Largo das Freiras, pese embora não conheça ainda o projecto, falaram-me disso, esperando agora que as Freiras, recuperem a centralidade e a beleza de outrora.
Na aldeia gostei de ver as obra no cruzamento do Alto do Cruzeiro, para regularizar o trânsito e por cobro aos frequentes toques, mas não gostei de ver o estado em que se encontra o adro da Sra da Azinheira, um monumento nacional muito procurado nesta altura pelos turistas, mas com ervas que mais parece um lameiro, embora seja um lugar sagrado, onde estão sepultados muitos dos nossos antepassados.
Por falar em turistas, gostei de ver que a cidade de Chaves, faz parte do roteiro do Turismo Sénior do Inatel. Porém, não gostei de ver os turistas a circularem de forma isolada pela cidade, sem que o departamento de turismo da Câmara lhes disponibilizasse um guia, mostrando-lhe os pontos de maior interesse cultural da cidade, à semelhança do que acontece por exemplo, na cidade da Guarda, onde eu próprio já fui beneficiário desse serviço, ficando a conhecer melhor essa cidade, embora já lá tivesse ido mais vezes.
No final deste mês regressarei a Chaves para o III Jantar Convívio dos antigos alunos da Escola Industrial e Comercial de Chaves, finalistas entre os anos de 1970-1973, a realizar no dia 6 de Agosto. Antes gostaria que o adro da igreja da Sra da Azinheira fosse arranjado, tanto mais que no programa do III encontro dos antigos alunos, está previsto fazermos uma visita guiada, pelo património cultural de Outeiro Seco.
Um abraço e até breve,
Nuno Afonso dos Santos