Ontem o auditório da SPA Sociedade Portuguesa de Autores foi pequeno, para assistir à reedição do primeiro disco a solo de José Cid, gravado em Maio de 1971. Tal feito deveu-se ao meu amigo Miguel Augusto Silva que, apesar de ser engenheiro informático por formação, tem desde há muitos anos, uma enorme paixão pela música, em especial pela discografia em vinil.
A sua paixão é de tal monta que, decidiu por a mão na massa, fazendo um período sabático na sua actividade profissional e constitui uma editora com o nome de Armoniz, em homenagem à pequena aldeia do concelho de Vinhais, de onde tem origens, pois é a terra do seu pai.
O disco original tem doze temas dez das quais com letra e música de José Cid e a originalidade de que todo o acompanhamento musical; órgão, piano, viola,viola baixo, viola solo, bateriae cravo, terem sido tocados pelo José Cid, contando apenas com o apoio de Pedro Osório na orquestração.
Este disco gravado no estúdio da Valentim de Carvalho pelo lendário técnico de som Hugo Ribeiro, que o Miguel teve o condão de recuperar a sua colaboração, juntando-lhe agora a de outro monstro da sonoplastia discográfica, a de José Fortes.
O disco foi fiel à primeira edição, porque mantém a mesma capa em cartão, feita na empresa Costa Valério Lda., uma empresa que na época vivia praticamente dessa actividade, mas face à quebra da actividade de emissão de discos em vinil, teve de se reinventar diversificando a sua actividade, mas participou agora nesta reedição.
A diferença essencial deste disco para o primeiro, resulta nos processos tecnológicos mais avançados agora utilizados na sua remasterização, acrescentado valor ao disco, mas o Miguel no libreto que acompanha o disco, explica bem todas as alterações introduzidas.
A apresentação do disco esteve a cargo do Tó Zé Brito, um músico com fortes ligações ao José Cid, seu companheiro no Quarteto 1111, embora ontem estivesse ali na qualidade de vice-presidente da SPA Sociedade Portuguesa de Autores.
No final da apresentação o José Cid brindou-nos com oito canções deste disco, fazendo-se acompanhar mais uma vez só mas apenas ao piano.
Este foi o primeiro trabalho editado pela Armoniz, ou seja pelo Miguel, a quem desejo um grande sucesso para ele e para a Ana, a sua mulher e colaboradora neste projecto. Trouxe um disco autografado pelo José Cid cujo destino é a Holanda, porque o meu filho Pedro sofrendo alguma influência do Miguel, mantém essa paixão assim como uma vastíssima colecção de vinil, só espero que limite essa paixão à condição de coleccionador.